Memórias

Escolas do Gama se engajam na luta contra a pedofilia

11/05/2010
Projeto “A escola de mãos dadas contra a pedofilia” pretende unir toda a comunidade escolar do Gama no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.

Existem 15 casos de pedofilia sendo investigados na cidade do Gama, encaminhados às autoridades por escolas públicas da cidade. A maioria dos crimes ocorre dentro da própria família ou é cometida por pessoas muito próximas, como amigos e vizinhos. E é na escola, que representa a segunda casa da criança e do adolescente, que se percebe a violência sexual.

Diante desta realidade, a Diretoria Regional de Ensino do Gama lança, nesta quarta-feira, o projeto “A escola de mãos dadas contra a pedofilia”. A solenidade, no auditório do SESC do Gama, contará com a presença do senador Magno Malta, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia, no Senado.

Durante todo o ano letivo, as instituições de ensino públicas da cidade irão desenvolver ações relacionadas ao tema, conforme a realidade de cada uma. Os eventos serão destinados aos estudantes, familiares, equipes das escolas e demais integrantes da comunidade escolar.

As ações também visam orientar os adultos, principalmente os professores, sobre como abordar as vítimas e proceder ao constatar a violência. Para as crianças e adolescentes, a intenção é ensiná-las sobre como identificar, evitar e denunciar os criminosos.

Entre as atividades educativas, que incluirão esclarecimentos sobre a legislação e a rede de proteção à criança e ao adolescente, estarão palestras, fóruns, concursos de desenho, realização de espetáculos teatrais e musicais.

Dos 42 mil estudantes de escolas públicas do Gama, 70% (29,4 mil) são crianças e adolescentes, mas o trabalho também irá envolver aquelas que atendem as demais faixas etárias, no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos. “Nosso objetivo é engajar a comunidade escolar como um todo e atuar como mais um canal da sociedade do Gama contra a violência sexual contra crianças e adolescentes”, esclarece a chefe do Núcleo de Monitoramento Pedagógico da DRE do Gama, Hellen Virgini.

“Geralmente, o professor detecta o crime em razão da mudança brusca de comportamento da criança. Então, a escola dá início a uma sondagem, procura dialogar com a criança, chama a família”, informa Virgini. Segundo ela, quando a suspeita é confirmada, o Conselho Tutelar é acionado e este, por sua vez, denuncia à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

“Um dos maiores problemas é que, muitas vezes, a família não acredita ou tem vergonha de levar a investigação adiante. Algumas chegam a culpar a própria criança pela violência”, relata Virgini. Atualmente, há vários casos suspeitos, levantados por professores. A DRE pretende mapear estas suspeitas e buscar meios de dar andamento às investigações.

Sinais apresentados por crianças e adolescentes que sofrem algum tipo de violência sexual

Alterações de humor

Pesadelos

Comportamento agressivo

Choros constantes e/ou sem razão aparente

Falta de apetite

Resistência em ficar junto com muitas pessoas

Comportamento arredio à aproximação de adultos

Ausência ou excesso de hábitos de higiene

Queda no rendimento escolar

Comportamento ou linguajar muito sexualizado para a idade

Urinar na cama

As primeiras atividades do projeto já estão sendo realizadas desde a última segunda-feira e vão até a próxima sexta-feira, em todas as escolas, aproveitando a “Semana de Educação para Vida”. As discussões antecipam o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes”, que será em 18 de maio.

Instituída pela Lei Federal 11.988/2009, a “Semana de Educação para Vida” tem por objetivo ministrar novos conhecimentos e discutir metodologias de ensino de todos os temas transversais obrigatórios dos currículos da Educação Básica, como sexualidade, prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis e Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disque-Denúncia 100

O serviço Disque-Denúncia 100 foi criado em 2003 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Por meio dele, podem ser feitas denúncias sobre qualquer tipo de violência sexual contra crianças e adolescentes, como exploração, abuso, pornografia infantil e pedofilia.

O Disque-Denúncia 100 funciona das 8h às 22h, incluindo sábados, domingos e feriados. As denúncias são sigilosas. A ligação é gratuita.

Diariamente, 80 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes chegam ao Disque Denúncia 100, em todo o país. Desde 2003, quando o serviço foi criado, o Distrito Federal lidera o ranking de denúncias proporcionalmente à população.

Se, por um lado, o índice de ocorrências é elevado, por outro, a conscientização da população do DF também vem aumentando. Até 2009, foram 2.707 denúncias, uma média de 110,2 para cada 100 mil habitantes. São Paulo, que registrou o número mais alto de telefonemas, 14.643, não chegou a 36 denúncias para cada 100 mil habitantes.

Outros telefones úteis

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – 3362-5944/5644

Conselho Tutelar do Gama – 3556-9677

Saiba mais:

CPI da Pedofilia

Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Violência Sexual – guia de referência produzido pela ANDI-Agência de Notícias dos Direitos da Infância, destinado a profissionais de comunicação e outros que enfrentam o desafio de escrever sobre a violência sexual sofrida por crianças e adolescentes. Contém uma seção tira-dúvidas com conceitos básicos como: abuso, exploração sexual, tráfico ou pornografia infantil, além de indicações sobre as principais leis relativas ao assunto, os sites mais interessantes para pesquisa e os documentos de referência.

Serviço:

Lançamento do Projeto “A escola de mãos dadas contra a pedofilia”
Data/hora: quarta-feira, 12/5, às 19h
Local: auditório do SESC do Gama, em frente ao ginásio da cidada

Divulgação do Prêmio VIVALEITURA 2010, coordenado pelo Ministério da Cultura e Ministério da Educação e executado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação.

O prêmio abrange 3 categorias: (1) Bibliotecas Públicas, privadas e comunitárias, (2) Escolas públicas e privadas e (3) Sociedade: ONGs, pessoas físicas, instituições de educação superior, Instituições sociais e empresas públicas e privadas.

Especificamente à categoria Escolas públicas e privadas, abrange experiências realizadas nas escolas, podendo ser representativas de toda a instituição educacional, de apenas uma sala de aula, de uma série/ano ou da biblioteca escolar, cujos responsáveis sejam professores, diretores, bibliotecários ou coordenadores.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 22 de março a 02 de julho de 2010. Para outras informações: http://www.premiovivaleitura.org.br/
telefone: 08007700987
Caixa Postal 71037-7 CEP 03410-970 – São Paulo – SP.

A leitura, em todos os níveis, é a base propulsora da Educação.
Josselita.