Arnaldo Jabor
Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"...
E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" aonde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Aonde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
Planejamento do encontro:
ALFABETIZAÇÃO e LINGUAGEM – MÓDULO 2
25º Planejamento – 30 de outubro
FORMAÇÃO CONTINUADA
Eu conheço um bom lugar onde o bom é distinto do ruim; as palavras são transparentes; o sentido é correto, preciso, objetivo. Não há que interpretar, nem do que duvidar. As palavras referem-se, sempre, a uma única e mesma coisa, todas as vezes que lá vamos buscar informações e tirar dúvidas: um mundo construído pela ciência da linguagem com a própria linguagem.
Silva, 2003
OBJETIVOS DO ENCONTRO:
§ Refletir sobre o uso do dicionário em sala de aula;
§ Desmistificar o funcionamento do dicionário como detentor do saber sobre as palavras da língua.
PROGRAMAÇÃO
1. LEITURA COMPARTILHADA
* Paciência – Arnaldo Jabor
* O menino pintor
* Aquilo – Conto de Ricardo Azevedo, extraído do livro Se Eu Fosse Aquilo... Editora Ática.
2. SOCIALIZAÇÃO
* Síntese do encontro anterior.
* Sacola da leitura.
3. REDE DE EXPERIÊNCIAS
* Em que momentos o dicionário tem entrado em meus planejamentos de 2008?
* O que esperar de um dicionário escolar?
4. APROFUNDAMENTO
· Sugestões de atividades e jogos para serem realizados em sala de aula utilizando o dicionário (material entregue na aula).
· Breve análise do Dicionário Escolar – Dra. Patrícia Vieira Nunes Gomes (material enviado por e-mail)
5. AVALIAÇÃO
§ Do que gostei?
§ O que critico?
§ O que sugiro?
6. Trabalho Pessoal – A ser desenvolvido para o Portfólio
O uso do dicionário apóia a escrita em quê?
7. Para Saber Mais...
* REIS, Regina. “Dicionários de língua corrente: algumas considerações”, Actas do 1º Encontro de Processamento de Língua Portuguesa (Escrita e Falada) – EPLP’93 – Lisboa, 25-26 de fevereiro de 1993, pp.141
* SILVA, Mariza Vieira da. O dicionário e o processo de identificação do sujeito analfabeto. In: GUIMARÃES, Eduardo e ORLANDI, E.P. (orgs). Língua e Cidadania: o Português no Brasil. Campinas, São Paulo: Pontes, 151-152.
8. Registro Reflexivo
Escrever sobre o encontro e/ou sobre o(s) tema(s) em estudo. Dificuldades e sucessos evidenciados.