Professora Sônia Soares
Encontro realizado na Oficina Pedagógica do Gama com
os cursistas da Arte de contar histórias e Alfabetização e Linguagem - Módulo II
Baú de poesias:
Fotos:
Planejamento do Encontro:
ALFABETIZAÇÃO e LINGUAGEM – MÓDULO 2
10º Planejamento – 12 de junho
FORMAÇÃO CONTINUADA
"Para ver muito
Há que aprender
Perder-se de vista."
Nietzsche
OBJETIVOS DO ENCONTRO:
Refletir sobre o universo discursivo, a interação criativa entre o leitor, a palavra e o mundo.
PROGRAMAÇÃO
1. LEITURA COMPARTILHADA
De ponta em ponto – costura pronta. Ana Lúcia Pimentel
2. SOCIALIZAÇÃO
Rememorar o encontro do dia 15 de maio.
3. REDE DE EXPERIÊNCIAS
Dialógica frente à pintura de girassóis de Monet (1881) e de Van Gogh (1889).
4. APROFUNDAMENTO
· Estratégias de leituras: plano de expressão e plano do conteúdo
· Sistemas semióticos
· Linhas de leitura
· Abordagem intersemiótica
· Análise de livro: projeto gráfico e ilustrações, material empregado, linguagem, elementos co-textuais e contextuais, abordagem: literária, existencial, sociológica, filosófica, intertextual etc.
5. AVALIAÇÃO
O que eu gostei?
O que eu critico?
O que eu sugiro?
6. Trabalho Pessoal – A ser desenvolvido para o Portfólio
Após análise de livro aplicando a abordagem intersemiótica, o que mudou na sua leitura? /O que você, enquanto leitor, poderia fazer para ampliar seu dialogismo?
7. Para Saber Mais...
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
CHEVALIER, Jean. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil – teoria e prática. São Paulo: Ática, 1983.
CURY, Maria Zilda Ferreira; FONSECA, Maria Nazareth Soares; WALTY, Ivete Lara Camargos. Palavra e imagem – leituras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
ECO, Umberto. A obra aberta. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo:Perspectiva, 1976.
_____.Seis passeios pelos bosques da ficção. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Cia. Das Letras, 1994.
FREIRE, Paulo, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1988.
JAUSS, H. R. A História da Literatura como provocação à teoria literária. São Paulo:Ática, 1994.
OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto: visões paralelas do espaço e tempo na arte e na ciência. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Petrópolis: Vozes, 1986.
MAINGUENEAU, Dominique. Pragmática para o discurso literário. São Paulo; Martins Fontes.
_____. Termo – Chave da Análise do Discurso. Belo Horizonte, UFMG.
8. Registro Reflexivo
Escrever suas impressões sobre o encontro.
Texto entregue pela professora Sônia:
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
EAPE/GMULT/NBL (Fone- 3901-4354) - Professora – Sonia Maria Soares
EAPE/GMULT/NBL (Fone- 3901-4354) - Professora – Sonia Maria Soares
Leitura: Dialogismo e Horizonte de Experiências (2ª etapa)
I- Reflexão Inicial
Segundo Ezequiel Teodoro, são os protocolos de disciplinamento do leitor que fecham o caminho das abordagens alternativas para um ensino concreto nos ambientes escolares. Mais especificamente, os estudantes são levados a “repetir” e até mesmo a memorizar, sem compreender objetivamente, os sentidos preestabelecidos pela instituição, geralmente na forma de cópias literais a partir da convivência alienada com os livros didáticos ou com textos sem nenhuma significação social para as turmas de alunos.
Quando Roger Chatier afirma que ler é “apropriar-se do, inventar e produzir” significados, ele apenas reforça a idéia de que ler não é apenas repetir, traduzir, memorizar e/ou copiar idéias (leitura, vocabulário, questionário, gramática e redação) transmitidas pelos diferentes tipos de textos. De fato, há consenso entre os pedagogos progressistas, desde Freinet até Paulo Freire, de que a leitura é recriação, reescritura, interação criativa entre o leitor, a palavra e o mundo.
Segundo Ezequiel Teodoro, são os protocolos de disciplinamento do leitor que fecham o caminho das abordagens alternativas para um ensino concreto nos ambientes escolares. Mais especificamente, os estudantes são levados a “repetir” e até mesmo a memorizar, sem compreender objetivamente, os sentidos preestabelecidos pela instituição, geralmente na forma de cópias literais a partir da convivência alienada com os livros didáticos ou com textos sem nenhuma significação social para as turmas de alunos.
Quando Roger Chatier afirma que ler é “apropriar-se do, inventar e produzir” significados, ele apenas reforça a idéia de que ler não é apenas repetir, traduzir, memorizar e/ou copiar idéias (leitura, vocabulário, questionário, gramática e redação) transmitidas pelos diferentes tipos de textos. De fato, há consenso entre os pedagogos progressistas, desde Freinet até Paulo Freire, de que a leitura é recriação, reescritura, interação criativa entre o leitor, a palavra e o mundo.
Em termos gerais, no vai-e-vem texto/contexto, isoladamente ou junto com os colegas de classe, sob a orientação segura do professor, o aluno vai percebendo e compreendendo as relações possíveis e, mais do que isso, vai “cavoucando” melhor as contradições existentes no plano da realidade social e percebendo as múltiplas configurações textuais e as múltiplas formas de se ler em sociedade.
Para aprofundar a reflexão relativa à natureza do ato de ler, é necessário considerar que se trata, simultaneamente, de uma experiência individual única e de uma experiência interpessoal profunda e intensa, um exercício dialógico ímpar, pois entre leitor e texto desencadeia-se um processo discursivo de decifração, interpretação, reflexão e reavaliação de conceitos absolutamente renovados a cada leitura.
O universo discursivo, no qual estamos inseridos pela leitura e pela escrita, tem um princípio dialógico inerente a si mesmo de três ordens:
a) É dialógico porque a enunciação tem uma orientação social, é orientada para o outro e é por ele determinada. Escrevo para o outro que, por sua vez, orienta e conduz o que escrevo e a maneira como escrevo.
b) É dialógico porque sua compreensão depende de formulação ativa de resposta, que é a participação e a inserção do outro no diálogo que proponho. Quando leio formulo respostas.
c) É dialógico porque é essencialmente polifônico. Não há discurso solitário, todos os discursos, todos os enunciados são permeados por outras vozes que atravessam a leitura e a escrita. Cada texto traz o eco e faz repercutir as várias vozes que o constituíram através da história.
O universo discursivo, no qual estamos inseridos pela leitura e pela escrita, tem um princípio dialógico inerente a si mesmo de três ordens:
a) É dialógico porque a enunciação tem uma orientação social, é orientada para o outro e é por ele determinada. Escrevo para o outro que, por sua vez, orienta e conduz o que escrevo e a maneira como escrevo.
b) É dialógico porque sua compreensão depende de formulação ativa de resposta, que é a participação e a inserção do outro no diálogo que proponho. Quando leio formulo respostas.
c) É dialógico porque é essencialmente polifônico. Não há discurso solitário, todos os discursos, todos os enunciados são permeados por outras vozes que atravessam a leitura e a escrita. Cada texto traz o eco e faz repercutir as várias vozes que o constituíram através da história.
II- Método de Leitura/Estratégias de Leitura
O texto é, antes de tudo, uma imagem. A imagem vale-se da dimensão estética :
A) Plano de Expressão (informação visual/co-textuais): informações sensórias, constituintes cromáticos, constituintes fônicos/extrato fônico (aliteração, assonância, eco, onomatopéia etc); elementos lingüísticos (metáforas, metonímias, neologismos, trocadilhos, exploração do signo lingüístico, paralelismo etc); outras linguagens (quadrinhos, cinema, câmera etc).
B) Plano do Conteúdo (informação não-visual/elementos contextuais
III – Sistemas semióticos
Para que o mundo ficcional/artístico venha a existir, é necessário haver um leitor que reconheça os códigos utilizados, que tenha expectativas culturalmente determinadas.O leitor precisa reconhecer os códigos utilizados. Satisfeitas essas exigências, têm-se, então, as condições propícias para a gênese do sentido. Mas o novo sistema só se torna semiótico, isto é, só é capaz de significar, a partir do encontro dos objetos com a mente que os interpretam (horizontes de experiências).
Linhas de leitura:
A) Relativista – cada leitor traz consigo o sentido do texto, que serviria apenas como pretexto para suas idéias e gostos.
B) Fundamentalista – tendência que localiza o significado no texto, o qual concretizaria, assim, a intenção do autor.
Devido a seus aspectos, tanto positivos quanto negativos, ambas as posições apresentam divergências irreconciliáveis, deixando em aberto a questão do que acontece ao lermos um texto. Para resolver o impasse entre sujeito e objeto (filme, música, livro, fotografia etc) adotamos um ponto de vista semiótico.
C) Semiótico – o sentido do texto não está só nele, nem só na mente do leitor, mas surge do encontro da mente com o texto, influenciado por variáveis individuais e culturais.
Aplicação: Poema Visual – Sérgio Caparreli
IV – Atividade Prática (em grupo): aplicação da metodologia e linha de leitura
Agora é sua vez, professor!
Analise o livro dado a partir do roteiro abaixo:
- Projeto gráfico e ilustrações
- Material empregado
- Linguagem
- Elementos co-textuais e contextuais
- Abordagem: literária, existencial, sociológica, filosófica, intertextual etc.
A) De fora da arca – texto de Ana Maria machado / ilustrações Laurent Cardon (ed. Ática)
B) A caminho de casa – texto de Libby Hathorn / ilustrações de Gregory Rogers (ed. Martins Fontes)
Referências Bibliográficas
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
CHEVALIER, Jean. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil – teoria e prática. São Paulo: Ática, 1983.
CURY, Maria Zilda Ferreira; FONSECA, Maria Nazareth Soares; WALTY, Ivete Lara Camargos. Palavra e imagem – leituras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
ECO, Umberto. A obra aberta. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo:Perspectiva, 1976.
_____.Seis passeios pelos bosques da ficção. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Cia. Das Letras, 1994.
FREIRE, Paulo, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1988.
JAUSS, H. R. A História da Literatura como provocação à teoria literária. São Paulo:Ática, 1994.
OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto: visões paralelas do espaço e tempo na arte e na ciência. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Petrópolis: Vozes, 1986.
MAINGUENEAU, Dominique. Pragmática para o discurso literário. São Paulo; Martins Fontes.
_____. Termo – Chave da Análise do Discurso. Belo Horizonte, UFMG.
O texto é, antes de tudo, uma imagem. A imagem vale-se da dimensão estética :
A) Plano de Expressão (informação visual/co-textuais): informações sensórias, constituintes cromáticos, constituintes fônicos/extrato fônico (aliteração, assonância, eco, onomatopéia etc); elementos lingüísticos (metáforas, metonímias, neologismos, trocadilhos, exploração do signo lingüístico, paralelismo etc); outras linguagens (quadrinhos, cinema, câmera etc).
B) Plano do Conteúdo (informação não-visual/elementos contextuais
III – Sistemas semióticos
Para que o mundo ficcional/artístico venha a existir, é necessário haver um leitor que reconheça os códigos utilizados, que tenha expectativas culturalmente determinadas.O leitor precisa reconhecer os códigos utilizados. Satisfeitas essas exigências, têm-se, então, as condições propícias para a gênese do sentido. Mas o novo sistema só se torna semiótico, isto é, só é capaz de significar, a partir do encontro dos objetos com a mente que os interpretam (horizontes de experiências).
Linhas de leitura:
A) Relativista – cada leitor traz consigo o sentido do texto, que serviria apenas como pretexto para suas idéias e gostos.
B) Fundamentalista – tendência que localiza o significado no texto, o qual concretizaria, assim, a intenção do autor.
Devido a seus aspectos, tanto positivos quanto negativos, ambas as posições apresentam divergências irreconciliáveis, deixando em aberto a questão do que acontece ao lermos um texto. Para resolver o impasse entre sujeito e objeto (filme, música, livro, fotografia etc) adotamos um ponto de vista semiótico.
C) Semiótico – o sentido do texto não está só nele, nem só na mente do leitor, mas surge do encontro da mente com o texto, influenciado por variáveis individuais e culturais.
Aplicação: Poema Visual – Sérgio Caparreli
IV – Atividade Prática (em grupo): aplicação da metodologia e linha de leitura
Agora é sua vez, professor!
Analise o livro dado a partir do roteiro abaixo:
- Projeto gráfico e ilustrações
- Material empregado
- Linguagem
- Elementos co-textuais e contextuais
- Abordagem: literária, existencial, sociológica, filosófica, intertextual etc.
A) De fora da arca – texto de Ana Maria machado / ilustrações Laurent Cardon (ed. Ática)
B) A caminho de casa – texto de Libby Hathorn / ilustrações de Gregory Rogers (ed. Martins Fontes)
Referências Bibliográficas
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
CHEVALIER, Jean. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil – teoria e prática. São Paulo: Ática, 1983.
CURY, Maria Zilda Ferreira; FONSECA, Maria Nazareth Soares; WALTY, Ivete Lara Camargos. Palavra e imagem – leituras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
ECO, Umberto. A obra aberta. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo:Perspectiva, 1976.
_____.Seis passeios pelos bosques da ficção. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Cia. Das Letras, 1994.
FREIRE, Paulo, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1988.
JAUSS, H. R. A História da Literatura como provocação à teoria literária. São Paulo:Ática, 1994.
OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto: visões paralelas do espaço e tempo na arte e na ciência. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Petrópolis: Vozes, 1986.
MAINGUENEAU, Dominique. Pragmática para o discurso literário. São Paulo; Martins Fontes.
_____. Termo – Chave da Análise do Discurso. Belo Horizonte, UFMG.
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