terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sexto Encontro, 08 de maio

Leitura compartilhada:

Regionalismo

O regionalismo não é uma linguagem regional, que o inutilizaria,
mas falar de problemas que estão mais próximos da pessoa que fala:
a dor do homem, a alegria, as suas lutas e as suas belezas etc. Não,
é claro, com a limitação de uma linguagem local, que inutiliza a
expressão universal e a transmissão objetiva do conteúdo humano
do poema ou do romance. (...) Apenas com aquele interesse intrínseco
do humano, na valorização do humano. O que limita o regionalismo
não é o tema de interesse circunscrito, mas a linguagem,
com seus perigos de fixação que lhe poderá inutilizar a universalidade.
(...) O que interessa é o problema do homem. Quando me
bato pelo regionalismo é para mostrar, numa anedota, o local, os
sentimentos comuns a todos os homens. O homem só é amplamente
homem quando é regional. Se me tirar a estrutura ideológica do
pernambucano, eu nada sou. Faulkner, por exemplo, é profundamente
universal porque é regional e nacional. (...) O perigo do
regionalismo para o poeta é também a limitação da linguagem,
porque o conteúdo psicológico lá está indiretamente no seu conteúdo
humano. E a poesia, em geral, não é realista, ou melhor, não
permite tanto realismo como o romance.


JOÃO CABRAL DE MELO NETO,
entrevista a Marques Gastão,
Diário de Lisboa, Lisboa, 3 de maio de 1958.
Incluído em Idéias Fixas de João Cabral de Melo Neto,
de Feliz de Athayde (p. 85 e 86).
Mensagem:

Planejamento do Encontro:
GDF – SE - SUBEP
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

ALFABETIZAÇÃO e LINGUAGEM – MÓDULO 2
6 º Planejamento – 08 de maio

FORMAÇÃO CONTINUADA

“As línguas se transformam, mudam nem pra melhor, nem pra pior, simplesmente mudam.”
Marcos Bagno

OBJETIVOS DO ENCONTRO:
§ Refletir sobre as implicações da variação lingüística e a prática pedagógica.

PROGRAMAÇÃO

1. LEITURA COMPARTILHADA
Texto: Regionalismo (vespertino)
Dinâmica: pra quem você tira o chapéu (matutino), dança das cadeiras em que todos têm que sentar de alguma maneira (vespertino)

2. SOCIALIZAÇÃO
§ Vídeo: trabalho em equipe
§ Retomada do encontro anterior.

3. REDE DE EXPERIÊNCIAS
§ Experiências da aplicação de atividades em sala de aula.

4. APROFUNDAMENTO
§ Leitura da entrevista “É preciso acabar com a cultura do erro”, com Marcos Bagno para a revista Caros Amigos - fevereiro de 2008

5. AVALIAÇÃO
§ O que eu gostei?
§ O que eu critico?
§ O que eu sugiro?

Para Saber Mais...
# BAGNO, Marcos. Nada na Língua é por Acaso: por uma pedagogia da variação lingüística. São Paulo: Parábola Editoria, 2007.
# BAGNO, Marcos. “É preciso acabar com a cultura do erro” – entrevista para a revista Caros Amigos – fevereiro 2008.
# BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciclos do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa, MEC/SEF.

7.Trabalho pessoal – a ser desenvolvido para o Portifólio
Quais as implicações da variação lingüística para o trabalho em sala de aula? Como trabalhar o “erro”?

8. Registro Reflexivo
Escrever avaliando o encontro e como você acha que a variação lingüística deve ser trabalhada em sala de aula.

Entrevista:








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